Amplo Horizonte, 1969
Theodoro De Bona (Brasil, 1904 – 1990)
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O Verão
III
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Olavo Bilac
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Cantemos, irmãs! Cantemos
Como ardem as ribanceiras
Cantemos, irmãs, dancemos
À sombra dessas mangueiras.
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O Verão:
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Sou o verão ardente
Que, vivo e resplendente,
Acaba de nascer;
Nas matas abrasadas,
O fogo das queimadas
Começa a se acender.
Tudo de luz se cobre…
Dou alegria ao pobre;
Na roça a plantação
Expande-se, viceja,
Com a vinda benfazeja
Do provido Verão.
Sou o Verão fecundo!
Nasce no céu profundo
Mais rútilo o arrebol…
A vida se levanta…
A Natureza canta…
Sou a estação do Sol!
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Coro das quatro estações:
Que calor, irmãs! Cantemos
Como ardem as ribanceiras
Cantemos, irmãs, dancemos,
À sombra dessas mangueiras.
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Verão, da série das Quatro Estações; Em: Poesias Infantis, Olavo Bilac, Livraria Francisco Alves: 1949, Rio de Janeiro
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Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (RJ 1865 — RJ 1918 ) Príncipe dos Poetas Brasileiros – Jornalista, cronista, poeta parnasiano, contista, conferencista, autor de livros didáticos. Escreveu também tanto na época do império como nos primeiros anos da República, textos humorísticos, satíricos que em muito já representavam a visão irreverente, carioca, do mundo. Sua colaboração foi assinada sob diversos pseudônimos, entre eles: Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc., e muitas vezes sob seu próprio nome. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. Sem sombra de duvidas, o maior poeta parnasiano brasileiro.
Obras:
Poesias (1888 )
Crônicas e novelas (1894)
Crítica e fantasia (1904)
Conferências literárias (1906)
Dicionário de rimas (1913)
Tratado de versificação (1910)
Ironia e piedade, crônicas (1916)
Tarde (1919); poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957) e obras didáticas
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