James Durden (Grã-Bretanha,1878=1962)
óleo sobre tela
Keswick Museum and Art Gallery, Inglaterra
James Durden (Grã-Bretanha,1878=1962)
óleo sobre tela
Keswick Museum and Art Gallery, Inglaterra
John A. Copley (EUA,contemporâneo)
acrílica sobre tela, 20 x 25 cm
“Fui até o jardim e fumei um cigarro. Na semana passada, plantei uma árvore no último canteiro do jardim, em homenagem ao nosso bebê. A muda tem a minha altura e, pelo que vejo, pode atingir doze metros de altura. Então, daqui a trinta anos, se ainda estivermos vivos, vou poder voltar aqui e vê-la no esplendor de sua maturidade. Entretanto, a ideia me deprime: daqui a trinta anos estarei na casa dos sessenta e vejo que esses projetos, feitos de forma irrefletida, começam a se extinguir. Vamos supor um período de quarenta anos então. Seria demais. Cinquenta? Eu provavelmente não estarei mais aqui. Sessenta? Morto e enterrado, certamente. Graças a Deus não plantei um carvalho. Seria esse um bom exemplo de limite temporal? O momento em que você percebe — meio racionalmente, meio inconscientemente — que o mundo, num futuro não muito distante, não terá mais você: que as árvores que você plantou continuarão a crescer, mas você não estará aqui para testemunhar isso.”
Em: As aventuras de um coração humano, William Boyd, Rio de Janeiro, Rocco: 2008, tradução de Antônio E. de Moura Filho, p. 217-18.
O sorriso é flor de sebe,
perfume de resedá.
Anima a quem o recebe,
embeleza a quem o dá.
(Nair Starling)
Heinz Pinggera (Itália, 1900 – ?)
óleo sobre madeira, 31 x 26 cm
Pe. Antônio Vieira
Paulo Setúbal
“Vamos?” disseste… E eu disse logo: vamos!
Ia no céu, nos pássaros, nos ramos,
Uma alegria esplêndida e sonora;
E tu, abrindo ao sol como uma tenda,
Tua sombrinha de custosa renda,
Partimos ambos pela estrada afora…
Com que emoção — recordas? — com que gozo,
Eu vinha te esperar, vibrante e ansioso,
Nessas novenas de plangências cavas.
E como um cavalheiro que se preza,
Timbrava em te levar, depois da reza,
Até ao portão da chácara em que estavas.
Certa vez… Vá, não cores desse jeito!
Era de noite. Arfava-nos o peito.
Ardia em nós um lânguido desejo,
Tomei-te as mãos… Sorriste… E aí, num assomo,
As nossas bocas sem sabermos como,
Famintamente uniram-se num beijo!
Em: Alma cabocla, poesias de Paulo Setúbal, Paulo Setúbal, São Paulo, Ed. Carlos Pereira:s/d, 5ª edição [ Primeira edição foi em 1920]p. 135-136