Leitura é mágica!
9 05 2024Comentários : Leave a Comment »
Tags: Artes Visuais, LIVROS, William Joyce
Categorias : Uncategorized
Quem sou?
4 04 2024
Há um pouco mais de um ano faço um curso com Dany Sakugawa de marketing editorial. Aprendi muito com ela e confesso que estou aprendendo, ainda faço parte de seu grupo. Seu curso não só me ajudou a me ver mais como escritora, que sou, como me deu impulso de sair da concha em que me fechei depois de ficar viúva. Dentre inúmeros exercícios que são aconselhados fazermos estava este, da nossa foto ou grande ou pequena, com palavras chave para indicarmos aos nossos leitores quem somos.
Vocês que me seguem aqui no blog, e são alguns milhares por dia, sabem que não sou muito de falar de mim mesma, de anunciar isto ou aquilo, só o faço quase sob pressão. Nos últimos dois anos tenho feito isso, instigada pelo crescimento das plataformas sociais, pela imensa curiosidade que temos sobre aqueles cujos sites ou contas na internet visitamos com regularidade, e por ter que me atualizar nos caminhos da cultura.
Aqui vai, portanto, o exercício de QUEM SOU? com exatos dez meses de atraso. Ah, sim, algo que não está na foto porque ela foi “pensada” para minha conta no Instagram. Meu nome é Ladyce West. Minha conta no Instagram: @escritora.ladycewest Há outras contas com o meu nome mas serão desativadas, para não criar problemas. Muito obrigada a todos que vêm aqui regularmente, visitam o blog, que se dispõem a comentar. Pode não parecer, mas tenho alguns de vocês em mente, muitas vezes, ao fazer minhas postagens. Um grande abraço a todos. E vamos manter este diálogo vivo!
Comentários : 2 Comments »
Tags: Dany Sakugawa, Escritoras, Ladyce West, LIVROS, Quem sou
Categorias : Uncategorized
Sublinhando…
1 04 2024Leitura no sofá, 2019
Alfonso Cuñado (Espanha, 1953)
óleo sobre tela, 50 x 50 cm
“Os livros nascem de um gérmen ínfimo, de um ovinho minúsculo, uma frase, uma imagem, uma intuição; e crescem como zigotos, organicamente, célula a célula, diferenciando-se em tecidos e em estruturas cada vez mais complexas até se transformarem numa criatura completa e geralmente inesperada.”
Rosa Montero
Em: A ridícula ideia de nunca mais te ver, Rosa Montero, tradução de Mariana Sanchez, São Paulo,Todavia: 2019.
Comentários : Leave a Comment »
Tags: Alfonso Cuñado, Artes Plásticas, Artes Visuais, Belas Artes, Citação, LIVROS, Rosa Montero
Categorias : Artes Plásticas, Imagem de leitura, Pintura
Lista dos TREZE finalistas do Prêmio Booker Internacional
11 03 2024Foto dos treze livros finalistas para o Prêmio Booker Internacional.
A grande surpresa é ver o autor brasileiro Itamar Vieira Júnior entre os finalistas. Não porque não mereça, mas porque a competição é muito grande, com autores do mundo inteiro.
Sempre acompanho os prêmios Booker. Tenho mais afinidade com as seleções tanto dos prêmios internacionais como daqueles publicados originalmente em língua inglesa.
Aqui está a lista dos treze autores e seus livros. Destes só conheço três, dois por outros livros que não os selecionados e claro Itamar Vieira Júnior por Torto Arado.
-
Not a River by Selva Almada, translated by Annie McDermott PUBLICADO NO BRASIL em 2021, como Não é um rio, pela Todavia
-
Simpatía by Rodrigo Blanco Calderón, translated by Noel Hernández González and Daniel Hahn
-
Kairos by Jenny Erpenbeck, translated by Michael Hofmann OUTRA OBRA PUBLICADA EM PORTUGUÊS em 2018, Eu vou, tu vais, ele vai, pela Relógio D’água (Portugal)
-
The Details by Ia Genberg, translated by Kira Josefsson
-
White Nights by Urszula Honek, translated by Kate Webster
-
Mater 2-10 by Hwang Sok-yong, translated by Sora Kim-Russell and Youngjae Josephine Bae
-
A Dictator Calls by Ismail Kadare, translated by John Hodgson MUITAS OUTRAS OBRAS PUBLICADAS NO BRASIL, pela Cia das Letras, mas não achei esta.
-
The Silver Bone by Andrey Kurkov, translated by Boris Dralyuk MUITAS OUTRAS OBRAS PUBLICADAS EM PORTUGUÊS (Portugal), mas não achei esta.
-
What I’d Rather Not Think About by Jente Posthuma, translated by Sarah Timmer Harvey
-
Lost on Me by Veronica Raimo, translated by Leah Janeczko
-
The House on Via Gemito by Domenico Starnone, translated by Oonagh Stransky OUTRAS OBRAS PUBLICADAS NO BRASIL, pela Todavia. Laços, 2017; Assombrações, 2018; Segredos, 2020, Dentes, 2022
-
Crooked Plow by Itamar Vieira Junior, translated by Johnny Lorenz PUBLICADO NO BRASIL, Torto Arado, 2019, pela Todavia
-
Undiscovered by Gabriela Wiener, translated by Julia Sanches OUTRA OBRA PUBLICADA NO BRASIL, em 2023, Exploração, pela Todavia.
Estas treze obras foram selecionadas como finalistas depois de terem sido julgadas entre a 149 obras recebidas para consideração.
O vencedor do Prêmio Booker Internacional será anunciado no dia 21 de maio de 2024, em Londres.
Comentários : Leave a Comment »
Tags: Booker Internacional, Finalistas, LIVROS
Categorias : Literatura Brasileira, Literatura Estrangeira, LIVROS
Todo mundo lê…
28 02 2024Ilustração, Robinson.
Comentários : Leave a Comment »
Tags: ilustração, LIVROS, Todo mundo lê
Categorias : Artes Plásticas, Imagem de leitura
Curiosidade literária
15 01 2024Os escritores russos Leon Tolstoi e Ivan Turgenev foram amigos próximos por muito tempo. Até que se afastaram, em grande parte por causa do gênio de Tolstoi, que parecia aquele personagem Do Contra, da Turma da Monica de Maurício de Sousa. Turgenev reclamava: “se eu digo que estou com bronquite, ele [Tolstoi] não faz caso, considera se tratar de uma doença imaginária.” “Se eu gosto da sopa, tenho certeza de que Tolstoi vai detestá-la ou vice-versa.” Isso continuou por algum tempo até que Tolstoi se meteu na vida particular de Turgenev.
Numa reunião na casa de amigos, no meio de uma conversa geral, Tolstoi (que nunca se considerava errado sob qualquer circunstância) criticou a maneira como Turgenev educava sua filha concebida fora de um casamento legal. Tolstoi afirmou que Turgenev a educava de maneira diferente porque não era filha legítima. Turgenev, enraivecido, quase saiu aos tapas com Tolstoi. Mesmo depois de terminado o jantar em que estavam, a briga continuou, por anos.
Continuou, no entanto, por cartas e recados escritos e passados de um para outro até que Tolstoi, sempre querendo uma briga, desafiou Turgenev para um duelo, chegando a encomendar um jogo de pistolas. Mas, depois de passado algum tempo, decidiram nunca mais se falarem. “Precisamos agir como se existíssemos em planetas diferentes, Turgenev escreveu. Assim permaneceram sem se falar como se o outro não existisse, mesmo morando muito próximos.
Até o momento em que Tolstoi encontrou Deus, ou seja, se tornou religioso. Na boa tradição religiosa, procurou remendar as amizades que tinha destruído ao longo da vida, para redimir sua alma. A lista era longa. Turgenev aceitou o pedido de desculpas de Tolstoi, mas os dois nunca voltaram a ser amigos de novo.
Comentários : 4 Comments »
Tags: Curiosidade, Ivan Turgenev, Leon Tolstoi, LIVROS
Categorias : Uncategorized
Curiosidade literária
8 01 2024Charles Dickens e a pequena Nell (personagem de A velha loja de curiosidades), 1890
Francis Edwin Ewell (EUA, 1859-1934)
Bronze
Parque Clark, Filadélfia, EUA
O afamado escritor inglês Charles Dickens colocou em seu testamento que não queria nenhuma estátua de si mesmo, nenhum monumento. Ele detestava esse tipo de honraria. E no entanto, no momento existem três bronzes que retratam o escritor. Há um na Pensilvânia (EUA), um em Sidney (Austrália) e o mais recente, na sua própria cidade natal, na Inglaterra: Portsmouth.
No monumento na Filadélfia ele está retratado com Nell, talvez a personagem mais querida de todas as obras de Dickens. A maioria de suas obras foi publicada em série nos jornais (assim como muitas obras do século XIX aqui no Brasil, também, de autores brasileiros). Nell era tão querida que, quando os navios chegaram à Nova York trazendo os últimos capítulos de A velha loja de curiosidades, uma multidão de seis mil pessoas chegou às docas, para perguntar aos viajantes ou marinheiros se a Pequena Nell morria no final do livro, tal era sua popularidade no Novo Mundo.
Interessante saber também que Charles Dickens detestava Filadélfia não tendo nada de bom a dizer sobre a cidade. No entanto, este monumento, hoje é um dos perfis do bairro onde está, que todos os anos, produz uma festa para Dickens comemorando seu aniversário (7 de fevereiro) quando sua estátua e a de Nell são coroadas com guirlandas de flores e há leituras por horas de suas obras assim como muita música e dança. Não adiantou nada ele não gostar de Filadélfia, eles nem se incomodaram com isso.
Comentários : 2 Comments »
Tags: A velha loja de curiosidades, Charles Dickens, Curiosidade, Filadélfia, Literatura Inglesa, LIVROS
Categorias : Artes Plásticas, Cultura, Escultura
Uma biblioteca sem seu guardião, que fazer?
3 01 2024Harry C. West na nossa primeira biblioteca no Rio de Janeiro.
2024 chegou e trouxe a decisão de começar a dar um destino para a já diminuida biblioteca daqui de casa. Chegamos ao Rio de Janeiro com aproximadamente 2,800 livros, com mobiliário reduzido, meu piano de meia cauda, minha coleção de azulejos persas dos séculos XVIII e XIX e pela primeira vez a combinação de nossos livros em um único cômodo. Sim, moramos nos Estados Unidos com o luxo de cada um ter sua própria biblioteca, seu próprio computador, sua própria impressora, suas poltronas favoritas, e todos os outros objetos que compõem uma biblioteca-escritório de pessoas estudiosas.
Depois de escolher o lugar para morar, no RJ, voltamos para os Estados Unidos determinados a reduzir nosso mobiliário, livros, objetos. Deixávamos para trás uma casa em centro de terreno com um jardim extenso, uma pequena floresta ao fundo por onde corria um riachinho cantante na linha divisória com os vizinhos de trás, distante cento e vinte metros da casa. Este terreno tinha um bocado de vida silvestre, difícil de imaginar que estávamos num ambiente urbano, a oito quilômetros do movimentado centro da cidade, capital do estado. Nossos companheiros de endereço faziam um conto de Rudyard Kipling parecer americano. Tínhamos corujas, gambás, esquilos, como os do Brasil, uma meia dúzia de famílias de chipmunks (não achei tradução porque não são esquilos, mas da família), pombinhas, passarinhos de todo tipo, toupeiras, guaxinins, coelhinhos com rabo de pompom, lesmas, borboletas, grilos aos milhares… Todos nós convivendo felizes em pouco mais de 2100 metros quadrados de jardim sombreado por mais de 20 carvalhos de 30 metros de altura, alguns pinheiros e uns dez dogwoods, além de arbustos e plantas que eu mesma tocava. Pouca grama, ainda bem, só na frente da casa.
Harry em sua mesa favorita, (apesar de ter uma escrivaninha): mesa de jogo, na biblioteca. A mim parece e era desconfortável, mas ele gostava.
Saímos deste local para morarmos num apartamento de cento e oitenta metros quadrados, no Rio de Janeiro. Tínhamos que reduzir. Passamos aproximadamente oito meses nos preparando, empacotando, selecionando objetos. Nossas bibliotecas foram podadas. A minha concentrada em arte moderna europeia e na arte dos séculos XVII e XVIII, em história medieval além, é claro, de muita literatura europeia dos séculos XIX e XX, com ênfase na Inglaterra e França. Harry, por outro lado tinha uma vastíssima coleção de diversas traduções dos clássicos gregos e romanos (ele gostava de comparar traduções), grande coleção de filosofia, que também apresentava diversas cópias do mesmo texto com diferentes traduções para o inglês. Psicologia era seu campo de estudos aplicados à literatura americana. E todos os textos da literatura americana do século XIX, sua especialidade, além dos teoristas contemporâneos de Lacan a Bachelard, James Hillman e outros. Chegamos ao Brasil com um container de 40 pés grande parte dele dedicado a livros, manuscritos, papelada, que só a nós interessava. Isso foi antes dos livros digitalizados do Kindle ou de qualquer outro dispositivo. Calculamos que deixamos metade dos nossos livros para trás. Mas não contamos.
Em 2009 nos mudamos para outro endereço. Menor. Lá se foram outros tantos livros, a maior parte dos meus livros de arte. Estava ficando fácil arranjar imagens na internet que me permitiam continuar a trabalhar sem ter que folhear livros pesados e fólios. Nossa filiação com as universidades americanas começava a dar frutos substanciais quanto à pesquisa, porque tínhamos o direito de consultar livros já digitalizados desses locais. [Hoje eu assino alguns sites onde encontro as mais recentes publicações sérias.] O mundo mudou.
Nosso mundo.
Outras mudanças, doença, fizeram dos originais 2.800 livros no Rio de Janeiro, talvez uns 1700. Hoje selecionei 231 volumes para doação. Foi a primeira seleção. Vou repetir essa limpeza ainda umas duas vezes neste mês. Guardei todos os que ainda tinham anotações. Aprendi com Harry a marcar os livros nas próprias páginas. Porque esses eram livros de trabalho. Muitos deles, que hoje guardei, já estão com dorsos e capas desgastados pelos trinta e cinco anos em que Harry ensinou na universidade. Guardei também porque têm sua letra, tão bem elaborada, tão distinta, tão fácil de ler e sua assinatura nas páginas de rosto. Estes eu guardei. Não tive coragem ainda de me desfazer deles, assim como ainda tenho os manuscritos dos dois livros já acabados mas faltando polir, que ele deixou para trás. Tentei ainda conversar nos últimos anos, ajudá-lo na edição nos cortes (sou boa de cortes), mas seu interesse já não estava lá.
Nossa biblioteca era vasta porque apesar de trabalharmos nas humanidades, havia poucos pontos em comum nas nossas áreas de interesse. Havia poucas duplicatas. Exceto, e foi assim que nos apaixonamos, quando comparávamos notas: eu trabalhando com Freud e outros da psicologia, porque minha especialidade era a arte surrealista e Harry se dedicando aos pós-Junguianos na interpretação dos grandes escritores americanos do século XIX: Hawthorne, Poe, Emerson, Melville, Whitman e Throreau. Ele aprendeu sobre as artes plásticas comigo e passou a visitar museus com outros olhos. Tivemos também a sorte de viajar muito, e residir em alguns diferentes países. Desta ligação, eu saí ganhando, porque ele me educou nos textos clássicos gregos e romanos, assim como nos filósofos da renascença. Por sua causa devorei Edgar Alan Poe, Nathaniel Hawthorne e meu favorito entre esses, Emerson e seus ensaios. Mas além da primeira geração de clássicos americanos, também me familiarizei com Emily Dickinson, Henry James, Stephen Crane, Kate Chopin e outros. Nessa troca, ganhei mais, porque a literatura havia sempre sido um interesse meu, afinal de contas comecei meus estudos em letras, em francês. E Harry só se interessou pelas artes visuais depois de nos conhecermos. Mas fizemos uma boa dupla que se entendeu e se completou. Fico, portanto, ainda com muitos de seus livros ‘primários’, aqueles que têm sua letra cobrindo páginas, e sublinhados com pontos de interrogação ou menção do caminho para levar adiante. Quanto a seus manuscritos ainda não tive coragem de deixá-los ir. Mas estou abrindo espaço nas prateleiras. Ainda leio muito, ainda leio em papel. Ultimamente compro a versão digital e se gosto do livro, compro o mesmo livro em papel. Caminho para uma vida mais leve.
Comentários : 4 Comments »
Tags: Bibliotecas, LIVROS
Categorias : Uncategorized