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Esta foto, distribuída pela Universidade de Manchester, mostra a placa de barro com um fiel se aproxiamndo de um local sagrado.Foto: AP
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Nessa semana arqueólogos britânicos revelaram ter encontrado um complexo de construções nas proximidades de onde se situava a antiga cidade de Ur, no Iraque. A estrutura de 4 mil anos provavelmente serviu como um centro administrativo de Ur, capital da Suméria, uma civilização que surgiu há 5 mil anos na Mesopotâmia. As descobertas do grupo inglês são do período em que Abraão teria vivido no local.
O local está a 20 Km do local onde Sir Leonard Woolley descobriu as fabulosas “Tumbas Reais” de Ur nos anos 20 do século passado. Nessa época as descobertas surpreenderam o mundo pela construção de alguns salões erguidos à volta de um pátio. Ur, como sabemos, foi o último local de residência das dinastias reais do povo sumério, uma civilização fundadora das mais antigas cidades do mundo.
A escavação, que foi feita por cientistas da Universidade de Manchester, liderada pelo Professor Stuart Campbell e Dr Jane Moon, revelou uma área do tamanho aproximado de um campo de futebol, ou melhor, 80 metros em cada lado. O local da pesquisa foi determinado por imagens de satélite, antes mesmo das escavações começarem. Descobertas desse tamanho e tão antigas são raras.
Os objetos encontrados devem ajudar a esclarecer a história das civilizações que ocuparam a região na Antiguidade. O local, hoje árido e de aspecto desolador, foi o lugar de nascimento das cidades. Os objetos encontrados foram provisoriamente datados em aproximadamente 2.000 a.C., ou seja, da época em que a cidade de Ur foi saqueada e a última dinastia real da Suméria caiu.
As escavações começaram no mês passado com seis arqueólogos britânicos e quatro pesquisadores iraquianos na província de Thi Qar, a cerca de 320 quilômetros ao sul de Bagdá. Uma das descobertas é uma placa de uma pessoa com uma túnica esvoaçante se aproximando de um templo: provavelmente um fiel em culto religioso. Em seguida o grupo irá analisar os restos de plantas e de animais encontrados no local para ajudar no entendimento sobre os materiais naturais comercializados na época. A região tinha grande vitalidade econômica há 4.000 anos. O terreno, provavelmente pantanoso, porque o Golfo começava muito mais ao norte, proporcionava matéria prima para o comércio marítimo que era vultuoso: riquezas naturais eram trocadas entre a Índia e os países da Península Árabe.
De acordo com o arqueólogo britânico, a missão só foi possível graças à relativa estabilidade no sul do país. O time de Campbell é o primeiro grupo de cientistas britânicos a fazer escavações no Iraque desde a década de 1980.
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