Ilustração, Lívia, 1980
Quando revi, monte a monte,
os campos de minha terra,
parece que a alma da fonte
cantava no altar da serra.
(José Lucas de Barros)
Quando revi, monte a monte,
os campos de minha terra,
parece que a alma da fonte
cantava no altar da serra.
(José Lucas de Barros)
É Deus que à noite dispersa
o bando dos pirilampos,
taquigrafando a conversa
que há entre as flores, nos campos.
(Balthazar de Godoy Moreira)
São, com os ventos passantes,
plantadas como sementes.
Lembranças são diamantes,
eternas em nossas mentes!
(Rita Bernardete Sampaio Velosa)
Vinícius de Morais
Para que vieste
na minha janela
meter o nariz?
Se foi por um verso
não sou mais poeta
ando tão feliz!
Se é para uma prosa
não sou Anchieta
nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
some-te daqui.
Em: Obra Poética, Rio de Janeiro, José Aguilar: 1968, p.270
Outono, folhas rolando,
amarelas pelo chão,
lembram minh’alma chorando
os sonhos que ao longe vão.
(Georgina M. Xavier)
Somente agora é que vejo
que tens razão, meu amor…
Quem paga beijo com beijo
tem sempre saldo a favor.
(Narciso Nery)
Já bêbado na balada,
viu uma saia xadrez,
e, ao persistir na “cantada”,
quase apanhou do escocês”!
(José Ouverney)
Paulo Cesar ‘nariz de feijão, 2020
Augusto Herkenhoff (Brasil,1965)
acrílica sobre tela, 48 x 36cm
Ira Etz
Atendo o telefone
Ela fala alto,
Minha velha amiga
Está surda.
Foi logo dizendo:
Ando muito sozinha.
Ninguém para conversar
Falo com os cachorros
Sigo relendo livros antigos
Jornal, só aos domingos.
Estou velha e sem dinheiro.
Eu disse que também estava velha
Como se isso servisse de consolo.
De repente ela mudou o tom
Da conversa
Você viu o jogo ontem?
Que jogaço!
Amante de futebol
Assiste a todos os campeonatos,
Discute com a TV, vibra
Torcedora do Botafogo.
Time da Estrela Solitária.
Em: Ainda, Ira Etz, Rio de Janeiro, Sete Letras: 2022, p.65
Querendo colher no outono,
semeei na primavera…
Tu deixaste no abandono
um jardim à tua espera…
(Marília Fairbanks Maciel)
Que elegante está você!
Este pijama é perfeito!
Só não entendo por que
tantos números no peito!???
(José Ouverney)