Bocage
Nariz, nariz, e nariz,
Nariz, que nunca se acaba;
Nariz, que se ele desaba,
Fará o mundo infeliz;
Nariz, que Newton não quis
Descrever-lhe a diagonal;
Nariz de massa infernal,
Que, se o cálculo não erra,
Posto entre o Sol e a Terra,
Faria eclipse total!
Manuel Maria de Barbosa l’Hedois du Bocage (Setúbal, 15 de Setembro de 1765 — Lisboa, 21 de Dezembro de 1805), Poeta português, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Árcade e pré-romântico, sonetista notável, um dos precursores da modernidade em seu país.
Ilustração no início: cartaz para a peça Cyrano de Bergerac.
Lembrou-me de um conto que me divertiu demais – e eu não gosto muito de contos – “O Nariz” de Gogol. Já o leste?
O que esse poema quer dizer?
Vamos lá: você já imaginou se esse Nariz é muito grande? É muito pequeno? Ele fala sério ou faz uma piada com o nariz? Pois é assim que você vai descobrir o que ele quer dizer… Pense bem, e descubra!