A CHAVE DO RELÓGIO
Joaquim José Teixeira
Fábula
A um relógio dava corda
Chavinha de áureo metal.
E mui vaidosa do impulso
Parar não quis afinal.
Forçou, pois, e desta força
Dentro a mola arrebentou,
E do tempo o mecanismo
Sem movimento ficou.
Resolvam, mandem governos
Nas raias do seu poder,
Vejam bem nesta chavinha
Que não basta o só querer.
Em: Poetas cariocas em 400 anos, editado por Frederico Trotta, Editora Vecchi:1965, Rio de Janeiro.
Joaquim José Teixeira (RJ 1811- RJ 1885) poeta, romancista, teatrólogo tradutor, conferencista, diplomado em letras e direito, magistrado. Foi presidente da Província de Sergipe; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e um dos fundadores do Instituto dos Advogados – Colaborou em vários jornais e revistas. Traduziu Goethe, Molière, La Fontaine. Usou o cognome: Papagaio.
Obras:
A Aposta, teatro
A Heroína do Pará, romance e novela
Elogio Dramático, poesia 1840
Mata escura, romance, 1849
A sobrinha do cônego, romance, 1850
Fábulas, poesia 1864
Versos, poesia, 1865
A Memória de Rita Manuela Duque-Estrada Teixeira, poesia 1873
A Rica de Honra, teatro
As Eleições, teatro
As noites do cemitério, tradução
Camões, teatro
Conferências literárias. Crítica, teoria e história literárias, 1874
La fontaine e suas fabulas, ensaio, 1874
O Barricida, teatro
O Juiz de Paz, teatro
O Ministro e seu Secretário, teatro
O Ministro Traidor, teatro
O Novo Gil Brás, romance e novela
Os Compadres, teatro
Os Dois Descontentes, teatro
Pastoral, implorando um óbolo dos fieis para a reconstrução do seminário, 1894
Pensamentos, poesia, 1878
Prometeu, tradução 1879
Quelques Essais, crítica, teoria e história literárias, 1877
Razão de recurso, apresentada no Tribunal da Relação da Corte pelo advogado de Domingos Moutinho. 1866
Romances, romance e novela 1876
Tartufo, tradução 1880
Três Dias de Ministro, teatro
Deixe um comentário