Primavera, ilustração de Taro Semba, 1960.
A PRIMAVERA
Olavo Bilac
Coro das quatro estações:
Cantemos! Fora a tristeza !
Saudemos a luz do dia:
Saudemos a Natureza !
Já nos voltou a alegria !
A Primavera:
Eu sou a Primavera !
Está limpa a atmosfera,
E o sol brilha sem véu !
Todos os passarinhos
Já saem dos seus ninhos,
Voando pelo céu.
Há risos na cascata,
Nos lagos e na mata,
Na serra e no vergel:
Andam os beija-flores
Pousando sobre as flores,
Sugando-lhes o mel.
Dou vida aos verdes ramos,
Dou voz aos gaturamos
E paz aos corações;
Cubro as paredes de hera;
Eu sou a Primavera,
A flor das estações !
Coro das quatro estações:
Cantemos! Fora a tristeza !
Saudemos a luz do dia:
Saudemos a Natureza !
Já nos voltou a alegria !
Em: Poesias Infantis, Olavo Bilac, Livraria Francisco Alves: 1949, Rio de Janeiro, pp. 35-6
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (RJ 1865 — RJ 1918 ) Príncipe dos Poetas Brasileiros – Jornalista, cronista, poeta parnasiano, contista, conferencista, autor de livros didáticos. Escreveu também tanto na época do império como nos primeiros anos da República, textos humorísticos, satíricos que em muito já representavam a visão irreverente, carioca, do mundo. Sua colaboração foi assinada sob diversos pseudônimos, entre eles: Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc., e muitas vezes sob seu próprio nome. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. Sem sombra de duvidas, o maior poeta parnasiano brasileiro.
Obras:
Poesias (1888 )
Crônicas e novelas (1894)
Crítica e fantasia (1904)
Conferências literárias (1906)
Dicionário de rimas (1913)
Tratado de versificação (1910)
Ironia e piedade, crônicas (1916)
Tarde (1919); Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957), e obras didáticas
eu realmente precisava ler algo assim hj!
Obrigadao ladyce, bjks!
olá, gostaria de receber esse poema infantil de Olavo bilac
A primavera pois sou estudante de padagogia e quero ensinar a os meus alunos
por favor mande para meu jakilaine@gmail.com
muito obrigado.
adorei!!!!
essa poesia me inspirou
muito obrigado
Sou professora pedagoga e gostaria de receber vários poema e poesia de Olavo Bilac me apaixonei pelo seu trabalho
Ada, Muitíssimo obrigada pela sua visita. Tenho tido muitos pedidos de poesias. è difícil atender a todos, porque tenho cerca de 5,000 visitas por dia neste blog. Assim peço que você faça uma assinatura do blog. Será a melhor maneira de se mater em contato com as minhas postagens. Agradeço desde já o carinho e a atenção que me dispensou, Ladyce
oi descobri que e muito legal vc nao tem um mais legallllllllllllll
adorei beiby$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$
tambem quero ver se tem mais para mim ler
amei gostei muito ta bjs !
adorei fantástico
gostei muito desse poema obrigado
amo seus poema dede que eu era uma criança hoje tenho 25 anos e ainda so fasurada por suas obras
Olá, poeta, sou Myrthes Mazza Masiero, aprendiz de poeta e trovadora. Declamo sempre. Estou precisando muito do poema de Olegário Mariano: A IARA, que começa assim: ” Jaguarari, o filho do tuxaua, era formoso, elástico, sensual./Tinha nos olhos o ímpeto bravio,/ das águas do grande rio,/ quando passa em tropel, quando ruge em caudal!…”// Será que vc pode postá-lo para mim? É importantíssimo! Ficarei eternamente grata! Meu E-mail é: myrthesmazza@gmail.com Estarei aguardando ansiosamente uma resposta.
Myrthes, encontrei na internet:
Jaguarari, o filho do tuxaua,
Era formoso, elástico e sensual.
Tinha nos olhos o ímpeto bravio
Da água do Grande Rio
Quando passa em tropel, quando ruge em caudal.
Destro, selvagem como um potro,
Vê-lo era ver na glória matutina
A bandeira das asas em troféu,
O gavião de penacho que domina
Toda a floresta e faz maior o azul do céu.
Quando na igara pequenina e leve
A correnteza múrmura descia
Ao clarão flamejante do arrebol,
À proa, o filho do tuxaua parecia
Um pássaro de fogo em caminho do sol.
O puma ruivo e hostil, de olhos de ferro em brasa,
No enredado cipoal da selva acesa,
Ou o veado arisco ao pé do buriti,
Não tinham a bravura, a insolência, a destreza
Nem a elegância de Jaguarari.
Ninguém como ele arremessava a flecha
Do arco reteso. A flecha ia, certeira,
Ao gesto varonil do braço nu,
E cortava, de súbito, a carreira
Por vales e grotões, do caitetú.
Na taba dos Manaus, havendo festa,
Ao rufar do trocano, ele terçava
A tangapema de tal jeito, que a uma voz,
O grupo dos guerreiros proclamava
Jaguarari o mais valente e o mais veloz!
A seta ervada da zarabatana
Que ele assoprava às árvores, sorrindo,
No orgulho de um guerreiro sedutor,
Rompia o espesso matagal, ferindo
O carachué na castanheira em flor.
Ao florescer da mamorana, quando
Fendia a igara a superfície plana
Da água que se encrespava em frenesi,
O vento sacudia a mamorana,
Jogando flores em Jaguarari…
No canto das mulheres o seu nome
Vibrava, ora em relâmpagos de ameaça,
Ora plangendo como os urutaus.
Esse nome que, dando orgulho à raça,
Era a glória da taba dos Manaus.
Nas tardes silenciosas, a canoa
Do jovem deus, banhada pelo poente,
Ia, ligeira como a jaçanã,
Ao sabor do destino da corrente,
Rumo da ponta azul do Tarumã.
E lá ficava horas inteiras… Vinha
A noite e a água, em balanço, como um berço,
Apurava-se em música a embalar
Jaguararí num grande sonho imerso,
Sob a melancolia alva do luar…
– “Que pescaria é essa, filho, que entra
Na noite imensa que me desconforta
Como o presságio de uma sorte má,
Na hora em que ronda a natureza morta
O espírito funesto de Anhangá?
Nunca lhe ouviste a voz maldita e cava?
Anhangá, altas horas, quando passa
Eriçando o cabelo aos capinzais,
Espalha como a sombra da desgraça
O veneno das dores imortais.”
Assim se lastimava a mãe tapuia
Ao ver o filho amargurado e aflito
Entrar com passo tardo a habitação,
Trazendo os olhos cheios de infinito
E o infinito do céu no coração.
Às palavras da mãe enternecida
Jaguararí, absorto em suas mágoas,
Olhava-a muito e em seu olhar cruel,
Toda a profunda solidão das águas
Borbulhava num lúgubre tropel.
– “Filho! Guardo nos olhos a lembrança
Da derradeira vez em que sorriste…
A alegria esvoaçava em torno a ti,
Hoje vives sem alma, sempre triste,
Olhando as águas como o maguari.
Os jurupis perversos da floresta
Na hora em que o vento os arvoredos corta,
Os jurupis envenenaram-te o ar.
O acauã vem cantar à nossa porta.
Dize, meu filho, que te faz chorar?”
– “Mãe! Eu a vi! Como era linda! Tinha
Os cabelos caídos pelas ancas
Como raios de um sol que não tem fim.
E o corpo branco como as garças brancas
Tremia caminhando para mim…
Quando ela canta os pássaros se calam.
A tarde absorta fica mais tranqüila
Ao som daquela voz vinda do além.
Quedam-se os rios todos para ouvi-la
E a cachoeira, a escutar, pára também.
Ela olhou para mim e abriu-me os braços…
Era linda! Toquei, desfalecendo,
Seu corpo nu de uma nudez sem véu
Que ia de manso desaparecendo
No fundo da água que reflete o céu.
Eu quero ouvi-la ainda! Quero vê-la…
Quando sobre a intranqüila natureza
A iaci vem surgindo, devagar,
Não tem a melancólica pureza
Que anda boiando a flor do seu olhar.”
– “Tu viste a Iara! Foge, filho amado,
A Iara mente! Nos seus olhos vagos,
Na luz verde que espalha em derredor,
Como da água parada de dois lagos
A morte ri para matar melhor.”
E a velhinha chorava… No outro dia
A canoa nas águas que a levaram
Passou de igarapé em igarapé…
Os Manaus, quando a viram, murmuraram:
– “Lá vai Jaguarari pescar tucumaré!”
Mas, de súbito, enchendo a tarde imensa
Um grito abriu-se na alma do infinito,
De quebrada em quebrada a se perder…
As mulheres choravam nesse grito:
“Corre, gente, vem ver! Corre, gente, vem ver!”
Dois corpos enlaçados num só corpo,
Ao bramido monótono e tremendo
Da cachoeira em diabólico escarcéu,
Iam de manso desaparecendo
No fundo da água que reflete o céu…
…………………………………………………..
Hoje, as águas que passam dia e noite,
Ora em fúria selvagem que espadana,
Ora gorgolejando aqui e ali,
Quando cai uma flor da mamorama
Cantam de mágoa por Jaguarari…”
No link da Academia Brasileira de Letras:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=8453&sid=213
Obrigada por me lembrar desse poema. 🙂
Sou professora pedagógica e gostaria de receber varíos poemas de Olavo Bilac me apaixonei pelo seu trabalho e estou trabalhando alguns poemas com meus alunos do 5 ano..Obrigada.
esse poema me ajudou para um lindo trabalho sobre a primavera . Ótimo sempre vou ver nessa pagina .
Obrigada pelo retorno é bom saber que ajudou um pouquinho. Volte sempre.
Fico imensamente feliz de ver que ainda em nosso Brasil se cultiva a poesia.
Acho que nós brasileiros sempre gostamos muito de poesia, daí parte da razão de termos uma música popular tão forte!
Gostaria muito de receber o poema para criança que fala sobre o trabalho ,me lembro bem de o verso .” Minha encaminha trabalha bem ,corta matinho no vai e vem .
De Olavo Bilac
Esse é um poeminha muito lindo mesmo e vou colocá-lo aqui assim como no blog na entrada do dia de hoje. Só que não é de Olavo Bilac, mas de outro poeta conhecido por suas poesias para crianças: Faria Neto.
A enxadinha
Minha enxadinha
trabalha bem;
corta matinhos
num vai-e-vem.
Minha enxadinha
vai descansar
para amanhã
recomeçar.
Adeus, rocinha!
Adeus, trabalho!
A vós, plantinhas,
o doce orvalho.