O SAPO
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Ferreira Gullar
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Aqui estou eu: o Sapo,
Bom de pulo e bom de papo.
Falo mais que João do Pulo,
Pulo mais que João do Papo.
Por cautela, falo pouco,
Pra evitar de ficar rouco.
Mas, na verdade, coaxo.
Sou quem toca o contra-baixo
em nossa orquestra de sapos,
pois com os sons de nossos papos
fazemos nosso concerto:
um som fechado, outro aberto,
um que parece trombone,
outro flauta ou xilofone.
Tocamos em qualquer festa.
O nosso e-mail é <orquestra
@sapos. com. floresta>.
—
Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira) Pseudônimo: Ferreira Gullar, nasceu no dia 10 de setembro de 1930, na cidade de São Luiz, capital do Maranhão,
Obras:
A Estranha vida banal,1989
A Luta corporal, 1954
A Luta corporal e novos poemas, 1966
A Saída? Onde fica a saída? ,1967
Antologia poética, 1977
Antonio Henrique Amaral – paintings 1978
Argumentação contra a morte da arte 1993
Arte brasileira hoje, 1973
As Melhores crônicas de Ferreira Gullar, 2005
As Mil e uma noites 2000
Augusto dos Anjos ou Morte e vida nordestina 1976
Barulhos, 1980-1987 1987
Cidades inventadas 1997
Crime na flora, ou, ordem e progresso 1986
Cultura posta em questão 1965
Dentro da noite veloz 1975
Dr. Getúlio, sua vida e sua obra 1968
Etapas da arte contemporânea 1985
Ferreira Gullar 1980
Gramacão 1996
Indagações de hoje 1989
João Boa-Morte, cabra marcado para morrer 1962
Lygia Clark 1980
Muitas vozes 1999
Na vertigem do dia 1980
Nise da Silveira 1996
O Formigueiro 1991
O Menino e o arco-íris 2001
O Meu e o Seu – Antonio Henrique Amaral XX d
O Touro encantado 2003
Os Melhores Poemas de Ferreira Gullar 1983
Poema sujo 1976
Poemas 1958
Poemas escolhidos 1983
Poesias 1982
Por você por mim 1968
Quem matou Aparecida? 1962
Rabo de foguete
Relâmpagos : (dizer o ver) 2003
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come 1966
Sobre arte 1982
Teoria do não objeto 1959
Toda Poesia 1981
Um Gato chamado gatinho 2000
Um pouco acima do chão 1949
Um Rubi no umbigo 1978
Uma Luz do chão 1978
Uma Tentativa de compreensão 1977
Vanguarda e subdesenvolvimento 1969
Quero Deixar a poesia do sapo
Não se descute que o sapo
E feio, feio a valer
Barrigudo olhos saltados
mais feio nao pede ser
Em tanto esta feiaudade
Não se empede que se torne
Eis uma grande verdade
De uma serventinha enorme
Dando raça a certo bichos
Para suas refeições
Nos presta muitos serviços
Defendendo as platações
Por que apedreijar os sapos
E ruindade é malvadez
Queria você a caso
pagar o mal que não fez?
Faltou mais,não?
Faltou uma parte
“Até já se diz em verso que ao mundo o sapo não veio
Para servir de modelo por ser bicho muito feio.
Conheci este texto quando tinha 8 anos de idade.
Hoje estou com 57 e ainda me recordo dele.
Não se discute que o sapo é feio feio a valer
Barrigudo olhos saltados, mais feio não pode ser
Se diz até em versos que ele ao mundo não veio
Para servir de modelo por ser bicho muito feio,
Mas toda essa feialdade não o impede que se torne, eis uma grande verdade de uma serventia enorme
Dando caça a certos bichos para as suas refeições, nos presta grandes serviços defendendo as plantações
Para quê apedrejar o sapo?
Isso é ruindade e malvadez,
Queria você acaso, pagar um mal que não fez?
todos tem importância,utilidade…são especiais nesse mundo rico em diferenças
Esta noite, sonhei com sapos lindos e coloridos.
Pena que acabei dilacerando o meu dedo…Snif
kkk Muito Legal…Fia
o sapinho
ele vive sozinho
canta mas não fica rouco.
namora com a dona rã
que trabalha com fio de lã
para fazer roupas
pro girinos
ela é filha de seu joão um sapo velho e engraçado
mais tem medo de uma cobra que vive desgraçado..
Parabéns, Yvis… Foi você quem escreveu esse poema?
isso e mesmo engraçado em rã q mexa com lã ……kkkkkkkkkkkkk
😉
Desculpa mas preferi em vez de desgraçado colocar a palavra destroçado. Um Abraço.
Acho que foi uma troca interessante. No entanto não me senti a altura do poeta para trocar a palavra. 😉
Assim como a Valdira, eu também conheci esta poesia quando criança e nunca me esqueci. O livro era Infância Brasileira de Theobaldo Miranda Santos.
Muito bem, Ana Maria, Theobaldo Miranda Santos tinha realmente excelentes antologias para o curso primário. Boa memória. 🙂
Estão esquecendo que a segunda estrofe é assim:
“Até já se disse em versos
Que ao mundo o sapo não veio
Para servir de modelo
Por ser bicho muito feio”.
E daí vem as outra estrofes e se completa com a estrofe da fealdade etc.
Valdira agora voltando a ler os comentários foi que eu vi que você também notou que faltou a segunda estrofe.Parabéns.
tenho nojo de sapo eca!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Saudades das poesias infantis que minha Mãe recitava para mim…Amei.
kkkkk eu quero fazer um poema assim tambem
Seria bom tentar! Olha o feriado vindo aí… Terá bastante tempo para fazer um poema assim! 😉
Nossa! fiquei muito feliz em vê que alguém comentou alguma coisa que escrevi. Isso é bom essa interação.