Poesia infantil: Casamento Perfumado, de Antônio Gedeão

11 02 2019

 

 

 

Primavera Better Homes and Gardens 1929-07Primavera, capa da Revista Better Homes & Gardens, julho 1929.

 

 

 

Casamento Perfumado

 

Antônio Gedeão

 

Queria certa donzela

de olfato bem apurado

que o seu casamento fosse

de sempre o mais perfumado.

Seu nome era Rosa Branca

Cravo Vermelho seu noivo

madrinha, D. Açucena,

padrinho, o senhor D. Goivo.

Sua grinalda enfeitou

com flores de laranjeira

e na sua mão levou

um ramo de erva cidreira.

Seus pajens, os Manjericos;

Violetas, suas aias,

seu pai, o senhor Junquilho

Madressilva em lindas saias.

Veio dizer a cozinheira

que ía tudo perfumar:

“trago salsa e hortelã

para pôr no seu jantar.

Que belo aroma que dão

a canela e o coco

para perfumar os bolos

vou juntar vinho do Porto.

A bela Erva-Luísa

veio para servir o chá

como é toda perfumada

que belo jeito me dá.

Diga-me lá D. Rosa,

se mais perfumes deseja.”

Haverá um casamento

que mais perfumado seja?

 

Em: Obra Poética, António Gedeão, Edições JSC, Lisboa: 2001


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